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Leandro Vilar

terça-feira, 22 de abril de 2014

Repensando a história da descoberta do Brasil

Na presente data de 22 de abril, o Brasil celebra ou deveria celebrar, já que o Dia do descobrimento em geral é esquecido, eclipsado pelo feriado do Dia de Tiradentes, em 21 de abril, uma tradição inventada no início do período republicano brasileiro; mesmo assim, 22 de abril marca o aniversário do Brasil. Todavia, ainda existem algumas questões em aberto as quais indagam se realmente Pedro Álvares Cabral teria sido o primeiro a chegar ao Brasil, ou na realidade ele veio apenas oficializar uma descoberta que já tinha sido feita anos antes, mas foi mantida em sigilo pela Coroa portuguesa. 

A verdade é que o caso do descobrimento do Brasil é igual ao caso do descobrimento das Américas. Embora Cristóvão Colombo receba o crédito pela descoberta feita a 26 de outubro de 1492, os vikings já haviam chegado ao que hoje é o Canadá, quase cinco séculos antes dele, mas eles não levaram e ainda hoje não levam o crédito por terem "descoberto as Américas" antes de Colombo. Embora já se saiba a verdade por trás de tais acontecimentos, ainda assim, hoje prefere-se manter a formalidade dos descobrimentos feitos pelos europeus em fins do século XV e ao longo dos séculos XVI em diante. 

A proposta deste texto e mostrar que a expedição de Pedro Álvares Cabral a qual partiu em 1500, com destino a Calicute, na Índia, a fim de repetir o caminho e êxito da expedição de Vasco da Gama (1497-1499), onde se conta que durante a viagem pela costa africana uma tempestade teria desviado doze naus de seu rumo, e Cabral veio a atravessar o Atlântico e por fim descobriu terras. A realidade não é bem assim, não foi um mero acaso que fizera Cabral chegar ao que hoje é o Brasil. Ele veio tomar posse oficialmente das terras que a Coroa portuguesa já haviam negociado com os espanhóis, desde o ano de 1494. Cabral veio oficializar a descoberta antes que outro fizesse e gerasse problema para os portugueses. 

Introdução: Da viagem de Colombo ao Tratado de Tordesilhas

Cristóvão Colombo
Cristóvão Colombo (1451-1506) ainda é um homem de passado controverso, muitas hipóteses questionam se ele realmente nasceu em Gênova, ou teria nascido em Portugal ou Espanha. De qualquer forma, a historiografia diz que Colombo nasceu em 1451 em local incerto. Sabe-se também que Cristóvão tinha um irmão mais velho, chamado Bartolomeu, o qual era cartógrafo e trabalhou alguns anos em Portugal. Acerca de sua infância muito é desconhecido, mas acredita-se que desde sua adolescência já viajasse junto com o pai, por Portugal e Espanha. Por volta de 1470 ou 1471, Cristóvão se mudou para a ilha de Porto Santo no arquipélago da Madeira (algumas teorias sugerem que ele teria nascido na Madeira). Sobre tal data ainda existem divergências; cronistas da época apontam diferentes datas para a mudança de Colombo de Gênova para Portugal, logo as datas variam de 1470 a 1477, e outros dizem que Colombo não chegou a viver em Portugal, pelo menos antes de 1481. 

Em Porto Santo, ele conheceu sua futura esposa, Felipa de Perestrelo Moniz, filha do capitão-mor de Porto Santo, Bartolomeu Perestrelo. Colombo passou a trabalhar por alguns anos em Porto Santo e na Madeira e por volta de 1479 casou-se com Felipa e dois anos depois nasceu o primeiro filho do casal, Diogo. A família se mudou para o Funchal na ilha da Madeira, de onde posteriormente se mudaram para Portugal. 

De acordo com relatos do próprio Colombo, no ano de 1481, este viajou para o golfo de Guiné indo visitar o Castelo de São Jorge da Mina, além de outras localidades da região, tal fato prova que Colombo já estivesse familiarizado com as expedições portuguesas e as descobertas realizadas. Alguns historiadores acreditam que Colombo possa ter conhecido Diogo Cão nessa época. Mas, enquanto Diogo Cão prosseguia com suas viagens rumo ao sul da África, Colombo retornou para Lisboa a fim de procurar o rei D. João II e lhe apresentar a sua proposta: uma rota ocidental para as Índias, cruzando o Oceano Atlântico. 

Colombo já vinha alguns anos estudando mapas e teorias geográficas para fundamentar sua própria teoria. Uma de suas principais influências fora a projeção feita pelo astrônomo, matemático e geógrafo italiano Paolo Toscanelli (1397-1482), o qual em suas pesquisas fundamentava que a Terra fosse esférica e que era assim possível chegar-se as Índias navegando pelo Atlântico rumo ao Poente. Uma das bases para a teoria de Toscanelli advieram dos relatos de Marco Polo (1254-1323) sobre suas viagens e estada na China e no extremo oriente, assim na projeção, representava a China, o Japão e as ilhas mencionadas na descrição de Polo.

Paolo dal Pozzo Toscanelli defendia no século XV a teoria que era possível navegar em direção as Índias, seguindo pelo Ocidente. 
Quando Colombo foi apresentar sua teoria e o mapa de Toscanelli ao rei D. João II, tais hipóteses não eram desconhecidas pelo rei naquela época. Fernando Martins de Reriz era amigo de Toscanelli e em 1476 já havia enviado uma carta deste para o então rei D. Afonso V, o qual não deu atenção a teoria do italiano. Posteriormente quando Colombo se apresentou, D. João II, também não deu muita atenção as ideias do navegador, os motivos não são bem claros, já que de fato Portugal empreendia expedições pelo ocidente do oceano, tentando encontrar novas ilhas e terras, porém acredita-se que o resultado da viagem de Diogo Cão, quando o mesmo retornou em 1483, avivou ainda mais a esperança de se está próximo do fim da África, e logo cada vez mais perto do Oceano Índico e a rota para as Índias

Por volta de 1485, cansado de esperar, Cristóvão Colombo mudou-se com a família para Castela, a fim de pedir ajuda ao rei Fernando de Castela para concretizar o sonho de sua expedição, no entanto o rei estava mais interessado e ocupado com as guerras da Reconquista (batalhas para se expulsar os mouros da Península Ibérica) e com a unificação dos reinos hispânicos no que com projetos de navegação. Colombo pediu várias vezes ao rei, a nobreza e a burguesia mercantil que alguém o patrocina-se, foi até chamado de louco por muitos. 

Em 1488, Bartolomeu Dias retornou a Lisboa trazendo a notícia de que havia chegado ao fim da África e alcançado o Oceano Índico. Ainda no mesmo ano, D. João II enviou uma carta para Colombo o convidando a voltar para Portugal e trabalhar para a coroa, participando da próxima expedição que seguiria a rota descoberta por Dias em direção ao Índico e de lá para as Índias. Colombo recusou a oferta. 

Quatro anos depois, em 1492 a vez de Colombo havia chegado. Os mouros haviam sido expulsos de Granada, o último reduto islâmico na Ibéria, e os reinos hispânicos foram unificados sobre as coroas de Fernando de Castela e sua esposa, Isabel de Aragão, os quais passaram a serem chamados de Reis Católicos. Devido a afeição da rainha pelos trabalhos de Colombo na Corte, ela deu-lhe um voto de confiança, e logo o rei fez o mesmo, e assim lhe ofereceram três navios e uma tripulação para partir ao Poente e chegar as Índias. 

Em 3 de agosto partindo de Palos de la Frontera, Colombo seguiu com seus três navios em direção ao desconhecido. Em 12 de outubro de 1492, fora avistado terra, e Colombo aportou numa ilha que fora batizada por ele de San Salvador (hoje Bahamas). Acreditando que aquela terra fosse nas Índias, ele chamou os nativos erroneamente de índios

Em 1493, Colombo retornou para a Espanha trazendo a grande novidade, havia chegado as Índias, embora que posteriormente ele começou a questionar se realmente aquelas terras eram as Índias ou um "Novo Mundo". No mesmo ano, os Reis Católicos trataram de oficializar sua descoberta e pedir a benção do papa para continuar a exploração daquelas terras e levar a palavra de Deus para aqueles infiéis. 

Mapa representando a rota da expedição de Colombo em sua primeira viagem (1492-1493). 
Entre 3 e 4 de maio, o então papa Alexandre VI, patriarca da família Bórgia, assinou a bula Inter Coetera, expedindo um limite formal entre os domínios portugueses no Atlântico e as novas terras descobertas por Colombo no ano anterior. De acordo com os limites estipulados pelo papa, a linha fronteiriça ficaria estipulada a 100 léguas de distância das Ilhas Canárias, possessões espanholas no Atlântico, em contra-partida, era vetado aos espanhóis explorarem a rota oriental descoberta por Bartolomeu Dias. Porém, o rei D. João II não gostou da questão envolvendo o limite fronteiriço a 100 léguas das Canárias, então ele decidiu elaborar uma nova proposta.

Devido a falta de mais documentos ainda fica vago alguns pontos que envolvem a assinatura do Tratado de Tordesilhas (1494), a resposta do rei português a proposta do papa aos Reis Católicos. Ainda hoje não se sabe ao certo até onde ia o conhecimento de Portugal acerca da possibilidade da existência de terras ao sul de onde Colombo havia chegado, teria sido mera sorte, ou uma jogada arriscada? Ou Portugal de alguma forma já suspeitava de haver terras no que hoje é a América do Sul, daí propor uma revisão nos limites fronteiriços da bula papal?

"Nenhum outro acordo entre os Estados modernos revestiu da importância histórica do Tratado que assinou, na vila castelhana de Tordesilhas, a 8 de junho de 1494. As coroas de Castela e Portugal reconheciam a necessidade a política dos descobrimentos que mais convinha aos seus interesses nacionais". (SERRÃO, 1994, p. 135).

Na visão de Serrão [1994] o Tratado de Tordesilhas foi uma saída pacífica entre Portugal e Espanha para se evitar uma guerra pela disputa das terras do Novo Mundo, já que alguns membros da expedição levada por Colombo eram portugueses; de acordo com alguns cronistas portugueses, Colombo viveu pelo menos 14 anos em Portugal, serviu a coroa em viagens marítimas; e de certa forma, parte do conhecimento adquirido pelo mesmo adveio de seus anos morando e estudando em solo português; não obstante, D. João II alegava que Portugal havia iniciado as viagens empreendidas para o ocidente, algo no que resultou na descoberta dos Açores. Os espanhóis só fizeram ir mais além do que Portugal já havia ido, mas foram os portugueses os primeiros a se arriscarem oceano adentro.

Assim, para se evitar um impasse entre as duas nações, já que de certa forma foram os espanhóis que ficaram com a fama de "descobridores da América", embora não fossem os primeiros ali a chegar, já que os Vikings haviam feito isso quase cinco séculos antes. A assinatura do tratado foi a melhor saída naquele momento. 

"No dia 14 de agosto de 1493 chegavam a Barcelona os dois enviados régios, o doutor Pedro Dias e o cronista Rui de Pina: Levavam poderes para transmitir aos Reis Católicos o ponto de vista português, a propor a fixação da linha divisória a 250 léguas a oeste das Canárias ou de uma ilha de Cabo Verde. A resposta dos Reis Católicos ficou subordinada ao parecer técnico que, no dia 5 de setembro, solicitaram de Cristóvão Colombo, quanto à fronteira marítima a estabelecer. No mês de novembro chegavam a Lisboa os delegados castelhanos D. Garcia de Carvajal e Perlo de Aiala, cuja missão não conduziu logo aos fins desejados". (SERRÃO, 1994, p. 138).

A proposta portuguesa acabou pulando de 250 léguas para 370 léguas, passando a usar como marco referente a ilha de Santo Antão no Cabo Verde, assim em junho de 1494, o rei D. João II e sua comitiva seguiram para Tordesilhas onde encontraram os Reis Católicos e sua comitiva, e lá embora pela grande mudança sugerida pelo rei português, os Reis Católicos aceitaram, e por fim fora assinado o Tratado de Tordesilhas, o qual permitia os portugueses apenas explorarem as terras que estivessem dentro dessa marca, que por coincidência ou já planejado, veio a ser a costa do Nordeste e do Sudeste do Brasil. 

Mapa representando os limites geográficos proposto pela bula Inter Coetera (1493) e o Tratado de Tordesilhas (1494). 
Além dessa mudança da delimitação dos limites, os acordos chegados anteriormente na bula papal, reconhecendo a exclusividade espanhola em explorar as terras descobertas por Colombo, e a exclusividade portuguesa com o caminho de Bartolomeu Dias permaneceu. Em 1506, o papa Júlio II reconheceu oficialmente os desígnios propostos em Tordesilhas, porém os problemas não acabaram por aí. Devido ao fato de não saberem na época as reais proporções do planeta, muitos geógrafos e cartógrafos contestaram até onde ia os limites estipulados por Portugal no tratado, havendo variações para mais e para menos do que fora delimitado. De qualquer forma, no século XVII Portugal já havia quebrado o tratado, adentrando cada vez mais pelo interior da América do Sul.

Não obstante, até o fim da vida, Cristóvão Colombo retornou mais três vezes para o Novo Mundo, o qual passou a se chamar América devido ao navegador, cartógrafo, mercador e cosmógrafo italiano Américo Vespúcio (1454-1512), o qual navegou pela América Central e do Sul, descrevendo as suas costas. Não obstante, Vespúcio já era consideradamente respeitado na época, e somando-se a isso, Colombo acabou sendo acusado por mau conduta em seu cargo de governador no Novo Mundo, além de receber acusações de corrupção, descaso, abuso de autoridade, etc., o mesmo acabou sendo preso e deportado para a metrópole, não chegou a ser condenado a prisão, mas perdeu seus títulos e posses na América, e até mesmo o título de descobridor da América fora lhe negado, já que por alguns anos constou nos documentos oficiais o nome de Américo Vespúcio como o descobridor daquelas terras. 

Labrador e Terra Nova (1499-1500)

Enquanto a armada de Vasco da Gama retornava da Índia, outros quatro navegadores voltavam a Portugal trazendo notícias que haviam descoberto terras no noroeste do Atlântico, no "Novo Mundo" descoberto por Colombo, no que seria a atual América do Norte. Tal questão é bastante significativa, pois antecede é um ano a descoberta do Brasil, e ao mesmo tempo, revela que os portugueses possuíam uma maior noção sobre as Américas do que se imaginava até então.

Os ingleses inicialmente reinvidicaram para si, o fato de terem descoberto Labrador e Terra Nova, por volta de 1498, tendo sido o seu descobridor, um navegador veneziano de nome João Cabot, a serviço de mercadores de Bristol. Entretanto, pesquisas posteriores desmentem tal fato. Cabot, chegou a essas terras posteriormente a essa data, mas os descobridores dessa, foram o português nascido nos Açores, chamado João Fernandes Lavrador e seu amigo Pedro de Barcelos. E os irmãos Corte RealGaspar e Miguel que descobriram a Terra Nova. 

Sabe-se que em 28 de outubro de 1499, D. Manuel I expediu um documento autorizando a viagem de Lavrador para  se descobrir novas terras no Atlântico ocidental. Não se sabe ao certo, se Lavrador chegou a América do Norte ainda em 1499 ou no começo de 1500, mas quando o mesmo retornou, disse que havia descoberto terras, as quais batizou de "ilha de Lavrador" ou "terra de Lavrador". O rei posteriormente confirmou a descoberta de Lavrador e esse recebeu o direito de explorar as terras que descobriu e colonizá-las. Lavrador faleceu em 1505, e alguns historiadores acreditam que tenha morrido na América do Norte, enquanto realizava outras viagens de descobrimento.



Localização de Labrador no atual Canadá. Os portugueses João Fernandes Lavrador e Pedro Barcelos descobriram esse lugar entre fins de 1499 e começo de 1500. 
Quanto a ilha de Terra Nova (Newfondland) essa fora descoberta pela mesma época, pelos irmãos Gaspar e Miguel Corte Real, filhos do capitão donatário e navegador, João Vaz Corte Real, o qual havia realizado expedições entre 1473-1474 pelo oceano, e teria descoberto Terra Nova nessa época, porém hoje muitos historiadores contestam tal informação pela falta de fontes que a corroborem. Os filhos herdaram do pai o direito concedido pelo rei, de explorar o oceano e as terras descobertas seriam administradas por eles. Assim, seguindo quase que a mesma rota de Lavrador e Barcelos, eles chegaram a uma ilha de fato que batizaram de Terra Nova. 


Mapa da ilha de Terra Nova, descoberta pelos irmãos portugueses Gaspar e Miguel Corte Real. 
Em um documento de 12 de maio de 1500, D. Manuel I reconheceu a descoberta dos dois irmãos, e estes voltaram a Terra Nova, porém na segunda viagem de Gaspar em 1501, o qual havia partido com três caravelas, seu navio acabou se perdendo dos demais, e nunca mais foi encontrado, as outras duas caravelas, procuraram em vão por ele, então retornaram para Portugal, a fim de noticiar ao rei. Gaspar estava ansioso em desbravar a região que ele chamou de "terra verde", embora que hoje não se saiba exatamente onde ficava tal região, se seria ou não perto de Terra Nova. 

Em 1502, seu irmão Miguel partiu em viagem à Terra Nova, decidido a encontrar o irmão, mas para azar do destino, este também não retornou e nunca mais fora visto. Até hoje, se desconhece o que realmente aconteceu com os dois irmãos e suas tripulações. No entanto, uma singela pista sugere, que Miguel tenha vivido alguns anos na América do Norte.

Em 1918 o professor Edmund Delaberre, descobriu inscrições em uma pedra no condado de DightonMassachusetts, onde eles propôs a hipótese que naquela pedra havia inscrições de origem portuguesa, indicando o nome de Miguel Corte Real e a data de 1511. Segundo consta a análise de Delaberre, e posteriormente do historiador amador Manuel Luciano da Silva, na rocha pode se ler as seguintes inscrições: 

"MIGVEL CORTEREAL V DEI HIC IND AD 1511"

Além disso, existe um símbolo que segundo os dois, lembra muito a cruz da Ordem de Cristo, a qual era comumente usada nas velas dos navios portugueses.  Porém, ainda hoje tal teoria é questionável. Outros historiadores sugerem que as inscrições contidas na rocha de Dighton, foram feitas por indígenas locais ou até mesmo pelos Vikings, já que os mesmos, cinco séculos antes dos portugueses chegarem, já haviam estado no Canadá. De certa forma os portugueses não foram os primeiros europeus a chegarem a Labrador e Terra Nova, pois os vikings já haviam passado por essas regiões. 



A pedra de Dighton.
Entretanto, sabe-se que após a morte dos irmãos Corte Real e de Lavrador em 1505, a coroa portuguesa acabou desistindo de colonizar as terras descobertas por eles, o fato pode ser bem simples: D. Manuel I, estava mais interessado no comércio com as Índias. Porém uma questão fica evidente nessa descoberta, o limite estipulado pelo Tratado de Tordesilhas havia sido quebrado anos antes do que se pensava, já que Labrador e Terra Nova, pelo o que consta no tratado, faziam parte dos domínios espanhóis. 

Antes de Cabral chegar (1497-1499):

Oficialmente o Brasil foI descoberto em 22 de abril de 1500 por Pedro Álvares Cabral (1467/68-1520?), quando ali chegou com doze das treze naus que partiram do Cabo Verde, no entanto, alguns relatos apontam que Cabral e seus homens não haviam sido os primeiros portugueses e europeus a chegarem naquela terra.

Duarte Pereira Pacheco
Baseado na pesquisa do professor Luciano Pereira da Silva, a partir da análise de outras fontes documentais do início do reinado de D. Manuel I, o mesmo aponta que em 1498, o rei teria enviado o navegador Duarte Pacheco Pereira (1460-1533), em uma missão especial, para averiguar a existência de terras no limite delineado no Tratado de Tordesilhas. No relato de Álvaro Velho, um dos escrivães da armada de Vasco da Gama, conta que em 18 de agosto de 1497, enquanto haviam retomado a viagem a partir do Cabo Verde, seguindo uma rota aberta para pegar as correntes cíclicas do Atlântico sul, o mesmo relata que a tripulação avistou gaivotas voando no horizonte, logo Velho constatou que poderia haver terra para o ocidente, não muito distante, possivelmente uma ilha ainda desconhecida. A partir de tal relato, Duarte Pacheco viajou para Cabo Verde e de lá partiu para oeste, em busca de tais terras.

Segundo o relato de Duarte Pacheco, contido no livro Esmeraldo de Situ Orbis, obra que ele escreveu, ele e sua tripulação chegaram ao mar das Caraíbas, um pouco distante das pequenas Antilhas, região essa hoje localizada na América Central. Das Caraíbas, eles passaram perto das atuais ilhas de Trinidad e Tobago e seguiram para sul-sudeste, até que avistaram terra, e lá começaram a margeá-la rumo a leste, passando pela foz de um grande rio (provavelmente o rio Amazonas), chegando a um cabo que hoje é o atual cabo São Roque, no estado do Rio Grande Norte, no Brasil. Ainda continuando o relato, a expedição de Pacheco teria cruzado este cabo e prosseguido para sul. O mesmo também relata a grande abundância de pau-brasil naquelas terras. 

O porém de se legitimar a viagem de Pacheco nessa data, é que o relato que se encontra no Esmeraldo data de depois de 1505, e de fato sabe-se que Pacheco visitou a costa brasileira algumas vezes, porém não se encontram mais evidências que apoiem que o mesmo teria "descoberto" essas terras em 1498. Para outros historiadores, Pacheco realmente chegou a América do Sul, mas seu sucesso fora guardado em sigilo por ordens do rei D. Manuel I, embora não se saiba os motivos exatos sobre isso. 

Não obstante, existem também relatos de que três possíveis expedições espanholas passaram pela costa brasileira no ano de 1499. Desde a descoberta de Colombo, os Reis Católicos nos anos seguintes trataram de aumentar o número de expedições para o Novo Mundo, a fim de mapeá-lo.


Em 18 de maio de 1499, o nobre Alonso de Ojeda, o piloto e cartógrafo Juan de la Cosa e o mercador e cartógrafo florentino Américo Vespúcio, seguiram para o Novo Mundo, através da rota da terceira viagem de Cristóvão Colombo, realizada no ano anterior. Sabe-se que a expedição chegou ao mar das Antilhas e seguiu para o sul, atingido o continente, no que hoje é a costa das Guianas e da Venezuela. E pelo o que consta no relato, Vespúcio teria seguido viagem para leste tendo chegado ao cabo de São Roque, porém muitos contestam a veracidade desse relato. Sabe-se que Américo Vespúcio viajou pela costa do Brasil, mas isso aconteceu anos depois. Acredita-se que a história de sua viagem em 1499 tenha sido mesclada com fatos posteriores. 

Vincente Yánez Pinzón
A segunda expedição espanhola, que teria passado pela costa brasileira foi realizada pelo navegador Vincente Yánez Pinzón, o qual partiu com destino as Antilhas, mas ventos desfavoráveis o levaram a ter que aportar em Cabo Verde, e de lá ele voltou a seguir viagem para oeste, tendo avistado um cabo em janeiro de 1500, o qual batizou de Santa Maria de la Consolácion (atualmente cabo de Santo Agostinho em Pernambuco). Pinzón teria chegado ao Brasil, três meses antes de Cabral. Porém pelo o que consta, este não teria aportado em terra, mas continuou a seguir rumo ao norte, contornando o continente, até alcançar a foz do rio Amazonas e depois do rio Orenoco, e de lá seguiu para a ilha de Hispaniola (atualmente Cuba). Mesmo que Pinzón tenha avistado terras e aportado ou não, este não reivindicou tais terras para si ou para a Espanha, simplesmente, passou por ali. Por fim, a terceira expedição espanhola ocorreu com Diogo de Lepe, primo de Pinzón, o qual fora nomeado para comandar uma expedição ao golfo de Pária na América Central. O mesmo teria partido de Sevilha, mas devido a problemas com os ventos acabou chegando a costa pernambucana, mais ou menos na altura de onde Pinzón passou, de lá prosseguiu para o norte até encontrar o caminho para as Antilhas. 

"À semelhança do que aconteceu a Vicente Pinzón, também a passagem de Lepe pela costa brasileira tem de considerar-se episódica, por não traduzir qualquer descoberta seguida de reconhecimento ou ocupação do local atingido. Por tal motivo, a versão de que os dois nautas da Andaluzia descobriram o Brasil não encontrou ainda a necessária comprovação histórica". (SERRÃO, 1992, p. 313). 

Independente de Pacheco, Pinzón e Lepe terem chegado ao Brasil entre 1497 e início de 1500, a oficialização da descoberta foi dada pela expedição de Pedro Álvares Cabral, e diferente do que fora proposto e ensinado nas escolas, a armada de Cabral não chegou por acaso, devido a ventos contrários que os levaram a chegar ao Brasil. Pelo contrário, a missão de Cabral foram duas: tomar posse das terras na América do Sul e chegar na Índia. 


A descoberta do Brasil por Cabral (1500):

Pedro Álvares Cabral
Assim como Vasco da Gama era um nobre, estava intimamente ligado a corte, Cabral também pertencia a nobreza, e possuía certo prestígio perante o rei D. Manuel I, tal fato lhe agraciou para ser indicado como capitão-mor na segunda viagem para as Índias. Junto a Cabral seguiram outros importantes e experientes capitães e pilotos da época, dentre os quais: Bartolomeu Dias e seu irmão Diogo Dias; Nicolau Coelho, Pêro Escobar, ambos haviam sido pilotos na armada de Gama; Vasco de AtaídeSancho de TovarSimão de MirandaAires Correia, entre outros. Nessa expedição também ia um escrivão de nome Pêro Vaz de Caminha (1450-1500) imortalizado na História pela carta que escreveu a D. Manuel I falando sobre as belezas naturais da terra recém descoberta. Se levarmos em consideração esta equipe de peso e experiência, como se dizer que a armada acabou se perdendo em águas já conhecidas? Se tendo a bordo pessoas que já havia realizado a viagem de ida e de volta? Não obstante, devo ressaltar o fato de que o próprio Vasco da Gama conversou com Cabral lhe dando recomendações a se seguir na viagem. 

Em 9 de março de 1500, a armada de treze navios e 1500 homens deixaram o porto no Tejo e seguiram viagem até Cabo Verde, entretanto a nau do capitão Vasco Ataíde desapareceu simplesmente, e nunca mais foi encontrada. Acredita-se que tenha se perdido durante a noite ou num nevoeiro, mas o curioso é que a armada aportou na ilha de São Nicolau no arquipélago cabo-verdense e esperaram o navio de Vasco aparecer, mas esse não apareceu. Mesmo assim continuaram a seguir viagem. De São Nicolau partiram para oeste a fim de tomar posse das terras negociadas no Tratado de Tordesilhas.

Em 21 de abril, a armada avistou algas na superfície e gaivotas sobrevoando os navios, então avistaram no horizonte uma mancha marrom-esverdeada, era terra. Em meio ao horizonte, Cabral avistou um monte o qual batizou de Monte Pascoal, devido ao fato de estarem no mês da Páscoa. No dia seguinte, eles decidiram desembarcar em terra firme e conhecer os nativos que haviam avistado de longe na praia.


O Monte Pascoal, Bahia, Brasil.
Em 22 de abril alguns barcos e membros da tripulação aportaram em terra, e Cabral reivindicou aquelas terras ao rei D. Manuel I de Portugal, e a batizou de Ilha de Vera Cruz, devido ao fato de estarem no período de Páscoa e também por acreditarem no início que se trata-se de uma ilha e não de uma porção do continente. 

Quando os portugueses chegaram a praia ficaram curiosos em ver os índios andando nus, embora que alguns já deveriam saber que os mesmos assim o fizessem, devido ao relato de Colombo, o qual também conta que os índios andavam sem roupa e não tinham vergonha de seus pudores. Os portugueses encontraram uma baía segura e amistosa para a ancoragem, Cabral a batizou de Porto Seguro


Desembarque de Cabral em Porto Seguro. Oscar Pereira da Silva, óleo sobre tela, 1904. 
"Naquela zona, depois chamada Porto Seguro, vivia uma tribo de índios - os tupiniquins. Belos, simpáticos, afáveis, deixaram os marinheiros encantadíssimos! Pêro Vaz de Caminha descreveu-os muito bem: pardos, de pele avermelhada, com feições bonitas e cabelos negros muito lisos, que os homens suavam cortados por cima das orelhas e as mulheres soltos pelos ombros. Andavam nus e não demonstravam vergonha. Sendo tão elegantes, ninguém se sentiu chocado. Lembravam a inocência do Paraíso. Ostentavam pinturas no corpo, bonitos toucados feitos com penas de papagaio e colares de continhas miúdas. No lábio inferior atravessavam um osso branco, que aparentemente não perturbava nenhuma função". (ALBUQUERQUE; MAGALHÃES; ALÇADA, 1992, p. 57). 

Cabral convidou alguns índios para sua nau, lá lhe mostraram alguns animais, os quais os índios reconheceram, no caso o papagaio, mas estranharam um carneiro e uma galinha. Lhe foi dado comida, porém os índios não gostaram do pão de trigo, do vinho e de alguns doces ofertados. Naquele primeiro momento tudo era maravilhoso, os índios eram simpáticos e ingênuos; Cabral enviou dois degredados para passarem a noite na aldeia local, para observar os costumes do mesmos, posteriormente ofereceu presentes, como colares, brincos, chapéus, guizos, entre outras bugigangas, as quais os índios achavam engraçado. Em troca, os portugueses conseguiram algumas aves da região, colheram pau-brasil, e receberam presentes dos indígenas, que lhe entregaram colares, cocares de penas e outros adornos. 

A beleza daquelas terras, a pureza daquela gente, levou alguns portugueses a acreditarem que aquele fosse o "paraíso terrestre". Tal fato é bem avidado pela eloquência que Caminha descreve a terra em sua longa carta para o rei D. Manuel I. 

"Esta terra, senhor, me parece que da ponta que ais contra o sul vimos até outra ponta que contra o Norte vem, de que nós deste porto houvemos visto, será tamanha que haverá nela bem vinte ou cinco léguas por costa. Tem, ao longo do mar, nalgumas partes, grandes barreiras, delas vermelhas, delas brancas; e terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta é tudo praia-palma, muito chã e formosa". (SERRÃO, 1992, p. 316 apud CAMINHA, 1500).



Uma das páginas da carta de Pêro Vaz de Caminha, 1500. 
Pêro Vaz de Caminha exalta em seu relato a beleza daquelas terras, dizendo haver enormes florestas; que o clima era agradável, embora quente; que havia abundância de aves e outros animais; que a gente dali era bela e simpática; que a água era doce e potável; que havia portos naturais pela costa, e que ao horizonte aquela formosa terra se estendia até se perder de vista. 

"Este texto foi definido por Capistrano de Abreu, com inteira justiça, como 'a carta de baptismo do Brasil'. O notável historiador chamou a atenção para a novidade, ao mesmo tempo de valor histórico e literário, de um país ter encontrado o primeiro cronista na hora da sua revelação ao Mundo. Por isso, considera a carta de Pêro Vaz de Caminh, numa alegoria de belo significado, como 'o diploma natalício lavrado à beira do berço de uma nacionalidade futura'". (SERRÃO, 1992, p. 316 apud ABREU, 1929, p. 238-239).

Os portugueses ainda realizaram a "Primeira Missa" na ilha de Vera Cruz, no domingo 26 de abril, tendo sido erguido uma cruz em uma clareira ou na praia, onde o frei Henrique de Coimbra rezou a missa em latim. Os índios assistiram tudo aquilo curiosos e atentos, embora nada entendessem do que se falava ou tratava ao certo. Provavelmente ao verem a cruz e o frei, constataram que o mesmo seria um tipo de sacerdote, e que aqueles homens brancos, estavam rezando ao seu deus ou deuses. De qualquer forma, Caminha conta que terminada a missa, os índios pegaram seus instrumentos musicais e começaram a cantar e dançar, alegrando todo mundo.



Primeira missa no Brasil. Victor Meirelles, óleo sobre tela, 1860. 
Finalmente a 2 de maio, Cabral decidiu que era hora de partir e retomar o rumo para a Índia. Mas antes de partir, ele escolheu dois degredados (criminosos forçados ao trabalho), para ficarem ali com os nativos, a fim de aprenderem a língua dos mesmos e seus costumes. Porém, dois marujos acabaram desertando de um dos navios e fugiram para floresta e nunca mais foram vistos. Assim, quatro portugueses ficaram em Vera Cruz. Cabral escolheu Gaspar de Lemos capitão de uma das naus, para levar a carta de Caminha, e os presentes dados pelos índios para Portugal, assim a esquadra se despediu e tomaram direções diferentes, Lemos seguiu em direção a Cabo Verde e o restante da armada para o cabo da Boa Esperança. 

Sabe-se que o rei ao receber a carta ficou tão empolgado e contente que tratou de escrever cartas para os fidalgos de sua terra e até mesmo para os Reis Católicos enviou uma carta falando sobre a descoberta da terra de Santa Cruz, assim como ele passou a chamá-la, e assim como oficialmente era conhecida nos documentos: "Província de Santa Cruz". Porém, a medida que as viagens para Santa Cruz se intensificavam devido a exploração do pau-brasil, logo os marinheiros começaram a se referir aquela terra pelos nomes de: "terra do pau-brasil", "terra do Brasil", e finalmente Brasil. Entretanto, apenas anos depois que o nome Brasil seria oficializado pela coroa. 

Em 1 de novembro de 1501, dia de Todos os Santos, Gaspar Lemos de volta ao Brasil, em companhia de Américo Vespúcio, descobriu uma baía que batizou em homenagem a tal data. Hoje, o estado da Bahia, é um dos estados mais conhecidos do país, principalmente devido a sua capital Salvador, e pelo fato de que Porto Seguro, local batizado por Cabral se encontrar em solo baiano. Em 1 de janeiro de 1502, Gaspar Lemos e Vespúcio navegando pela costa brasileira em missão de reconhecimento e mapeamento chegaram a uma baía que acreditavam ser a foz de um grande rio, na época eles batizaram aquela localidade de Rio de Janeiro, entretanto, descobriram posteriormente de que se tratava de uma baía. Atualmente usa-se o nome indígena Guanabara para se referir a antiga baía do Rio de Janeiro. 

De 1500 a 1530, o Brasil era visitado apenas pela extração do pau-brasil, de algumas outras árvores, pela captura de animais, especialmente de aves, algo que era visto como um luxo exótico. Entretanto na década de 1530, o rei D. João III, decidiu iniciar a colonização do Brasil, devido ao fato de que franceses e espanhóis estavam invadindo aquelas terras para contrabandear pau-brasil e fazer alianças com os indígenas; temendo que os mesmo viessem a fundar feitorias ou colônias ali, D. João III estabeleceu o sistema das capitanias hereditárias e distribuiu as terras no Brasil para os capitães-mor, incumbidos de colonizá-las, desenvolvendo lavouras, pastos, vilas, comunidades, além de defender as terras dos inimigos.


Referências bibliográficas: 
ABREU, Capistrano de. Capítulos de história colonial (1500-1800). Rio de Janeiro, M. Orosco & C, 1907. (Capítulo 3). 
AB'SABER, Aziz N [et al]. História Geral da Civilização Brasileira: A época colonial - v. 1: do descobrimento a expansão colonial. Introdução geral de Sérgio Buarque de Holanda. 15a ed, Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2007. (Capítulo 3). 
ALBUQUERQUE, Luís de; MAGALHÃES, Ana Maria; ALÇADA Isabel. Os Descobrimentos Portugueses: As Grandes Viagens - II volume. Editorial Caminho SA, Lisboa, 1992.
BUENO, Eduardo. A viagem de descobrimento: a verdadeira história da expedição de Cabral. Rio de Janeiro, Objetiva, 1998. 
CALMON, Pedro. História da Civilização Brasileira. Brasília, Senado Federal, 2002. (Capítulo 1). 
PEIXOTO, Afrânio. História do Brasil. 2a edição, Rio de Janeiro, Cia. Editora Nacional, 1944. (Capítulo II). 
PITTA, Sebastião da Rocha. História da América Portugueza, desde o anno de mil e quinhentos do seu descobrimento, até o de mil e setecentos e vinte e quatro. Lisboa, Oficina de Joseph Antonio da Silva, 1730. (Capítulo 1). 
SERRÃO, Joaquim Veríssimo. Portugal e o Mundo: Nos século XII a XVI. Editorial Verbo, Lisboa/São Paulo, 1994.
SOUTHEY, Roberto. História do Brazil - tomo I. Tradução de Luiz Joaquim de Oliveira e Castro, anotações de J. C. Fernandes Pinheiro. Rio de Janeiro, Garnier Editores, 1862. (Capítulo 1). 
VARNHAGEN, Francisco de Adolfo. História geral do Brazil - tomo I. Madrid, Imprensa de V. Dominguez, 1854. (Capítulos 1 e 2). 

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