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Leandro Vilar

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

América Latina em Foco: Política, Sociedade e Revolução

Uma nação que ferve

Quando falo em uma nação que ferve, me refiro não a um país em particular, mas, sim a toda nação latinoamericana, a qual durante séculos fora explorada, devastada, corrompida e oprimida. Desde a época das Grandes Navegações no século XVI até mesmo hoje no começo da segunda década do século XXI, a América Latina se encontra como uma nação em profundo contraste de desigualdade social, política e econômica. Marcado ainda por intrigas políticas locais, conflitos e ameaças de guerra. Ela ainda é uma “nação que ferve” não em um sentido pejorativo, mas no sentido que sua fervura conota sua constante rebeldia contra aqueles que ainda a oprimem em diferentes aspectos.

Desde que os primeiros europeus que aqui chegaram, trazendo suas armas de fogo, seus cavalos, suas espadas e armaduras, suas doenças e sua cobiça, a história da luta latinoamericana se iniciava. Sangue fora derramado por longos séculos. Escravos morreram sob o chicote de seus senhores, para enriquecê-los. E a partir do século XIX em diante, surgiram os grandes lideres que iniciariam os movimentos revolucionários contra a opressão das metrópoles européias. Nomes como Simón Bolívar, Simon Rodrigues, Francisco Miranda, Tupac Amaru II, Ezequiel Zamorra, Emiliano Zapata, Pancho Villa, José Martí, José Bonifácio, etc. Estes e tantos outros nomes marcaram as lutas revolucionárias durante os séculos XVIII e XIX. As colônias romperam com suas metrópoles e se constituíram em repúblicas e monarquias (no caso do Brasil).

Porém a paz ainda estava longe de se consolidar. A poeira ainda baixaria, mediante a um breve período de trégua, até que novas ameaças voltassem a insurgir pelas nações latinamericanas. Durante o século XIX transcorreu o desenvolvimento (por parte de uns. Não fora algo hegemônico) de alguns países, e com isso suas intrigas políticas. E quando finalmente entrou no século XX, uma nova ameaça surgia no Norte e espalhava seus tentáculos pelos Sul. O imperialismo estadunidense. Por um lado sua política ajudou em alguns pontos, mas, por outra, sua política gerou uma série de conflitos na América Latina, mediante sua intervenção direta ou indireta. Nesse trabalho irei focar o século XX e alguns fatos do século XXI, centrando a questão política, revolucionária, e a influência dos Estados Unidos nesse processo que ainda gera sequelas das lutas que acabaram há vinte, trinta anos, e outras que ainda perduram nos dias atuais. 

O século latino:

O século XX marca a nova era de conflitos da América Latina, contra inimigos internos e externos. Nesse ponto surge não somente a soberania dos Estados Unidos como potência mundial, mas as questões da Primeira Guerra, da Segunda Guerra, da Guerra Fria e a expansão do comunismo no mundo. Nas linhas seguintes irei expor um breve relato dos principais pontos que tratam destes problemas eminentes.

A Revolução Cubana:

Desde o final do século XIX, quando os Estados Unidos libertaram Cuba do domínio espanhol, por um lado os cubanos acharam que estavam livres do julgo da sua antiga metrópole, mas por outro veio a real intenção dos americanos. Cuba se libertou da Espanha e se tornou prisioneira dos Estados Unidos. Com sua política de expandir sua influência e seu mercado consumidor, Cuba se mostrava como um ponto-chave para os interesses americanos no Caribe e na América Central. De fato esta iniciativa dera certo. Como será visto mais a frente, os Estados Unidos estiveram por trás de muitos fatos que ocorreram na segunda metade do século XX.

Se no inicio do século os Estados Unidos ficou ocupado com a questão da Primeira Guerra (1914-1918), depois com a forte crise econômica que sofrera, e para piorar, a ascensão do Fascismo na Itália e do Nazismo na Alemanha e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), com o fim desta, o mundo sofreria profundas reviravoltas. A Rússia se tornaria uma nova potência mundial, o comunismo se expandiria por metade do mundo. O Oriente estaria quase domado por este. E para o capitalismo, o comunismo era um grande obstáculo.

A história de Cuba se inicia a partir deste problema global. Em 1959, até então o país vivia sob uma ditadura de lideres cubanos controlados pelos americanos. Fidel Castro e Che Guevara se tornaram lideres do movimento para derrubar a supremacia americana, e de uma vez por todas legitimar a independência cubana. Se no passado Fidel e seus aliados não tiveram êxito nas tentativas revolucionárias, em 1959 com a queda de Fulgêncio Batista, a esquerda revolucionária tomou conta do país. Fidel Castro se tornou líder do país em 1976, e posteriormente passou a ficar conhecido no mundo como o “ditador cubano”. Já que o mesmo permanece a frente da presidência até 2008 quando renunciou a favor de seu vice-presidente, seu irmão Raúl Castro.

Porém o governo de Castro por mais que fosse contra o capitalismo e a influência americana, ele conseguiu estabilizar a economia e a política de sua nação. Cuba havia se tornado o primeiro país socialista das Américas.

A década de 60 do século XX marcaria um período bem conturbado na história mundial. No Oriente o comunismo crescia e ganhava novos adeptos. Sua influência se espalhava na Europa gerando um medo crescente entre a nações capitalistas européias, entretanto a América Latina, uma região em constante mudança, era o local ideal para o seu emprego. Cuba dera o primeiro passo, e como contra-ataque, os Estados Unidos causaram o boicote econômico, causando o embargo comercial ao país. Isso causaria sérios problemas aos cubanos, mas Fidel Castro não se deixaria por intimidar.

Por outro lado, os partidos comunistas e os grupos comunistas latinoamericanos, viam em Cuba sua inspiração para fazer o mesmo em suas pátrias. E é nesse ponto que os governos que apoiavam o capitalismo, estavam diretamente ligados a política anticomunismo empregada pelos americanos, decidiram se unir a estes para tentar impedir que a América Latina se tornasse uma nação comunista. 

Cinco décadas tempestuosas:

Da década de 50 após cinco anos do final da 2ª Grande Guerra até o ano de 2000, a portas do século XXI, a América Latina sofreria mudanças drásticas em vários campos da sociedade, economia, política e humanidade. Como fora visto anteriormente, no final dos anos 50 Cuba iniciava sua revolução, o comunismo aportava nas Américas. Mas, antes de chegar a este fato, devemos retroceder a alguns aspectos importantes.

Com o desfecho da guerra, muitos nazistas, fascistas fugiram de seus países e se esconderam pela América Latina, tal fato fora um dos motivos alegados pelos Estados Unidos de se intervir diretamente sobre os países latinoamericanos, com o auxilio do FBI e da CIA. Entretanto como será dito mais a frente, a intervenção americana escondia outros interesses. Outro ponto importante que marca essa época fora a criação da CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), criada a partir do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, como forma de contribuir para o desenvolvimento dos países latinoamericanos, e que estes pudessem cooperar entre si. Atualmente a CEPAL ainda vigora atuando nessa área de pesquisa e de desenvolvimento de programas para combater a miséria e a desigualdade na América Latina. Mas se por um lado muitos querem pensar que nesta época os países viviam em uma condição pior do que hoje, dependendo do país, tais condições ainda permanecem sem muitas alterações.

A CEPAL tentava ajudar nestes problemas de ordem social, porém como fazer para um país quase que falido, tendo grande parte da população vivendo na zona rural e sendo analfabeta? O Brasil até a década de 70, possuía a população predominantemente rural, e só a partir dos anos 80 em diante que se começou a alfabetização de grande parte da população.

Se o capitalismo do século XX ao invés de contribuir para o desenvolvimento destes países, pelo contrário ele só fazia piorar suas condições. Algumas das formas encontradas para se combater tais problemas, fora a ajuda dada pelos Estados Unidos e pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) o qual anos depois chegou a ameaçar tomar controle de alguns países se a dívida não fosse paga, como fora no caso do Brasil que somente no governo Lula, veio quitar uma divida que perdurava por décadas. Se por um lado os frágeis governos latinoamericanos conseguiram dinheiro para se recuperarem de suas crises, por outro o descontentamento do povo ainda era muito grande, já que em alguns países, os governantes eram corruptos. 

E neste palco de desavenças, o comunismo surgiria como um aliado e um inimigo. As ideias da “luta de classes” defendida por Karl Marx e o estado do bem comum, eram motivos fortemente abraçados pelos partidos de esquerda e pelo povo oprimido. Se no Oriente a URSS havia se tornado uma potência mundial, a ponto de confrontar os Estados Unidos em pé de igualdade, porque não se aliar a esta? Enquanto o capitalismo americano colabora para o crescimento da desigualdade, o comunismo soviético poderia fazer o oposto, contribuir para a igualdade?

Sendo assim, Cuba havia dado o primeiro passo, e logo partidos e grupos comunistas se espalhariam pelo Brasil, Argentina, Bolívia, Peru, Chile, Guatemala, El Salvador, Honduras, Panamá, México, etc. A América Latina se tornava agora a próxima vitima dos soviéticos, assim era a forma como era vista pelos países capitalistas do Ocidente.  Para se evitar esta proliferação do comunismo pela América Latina, os Estados Unidos decidiu agir, e agiu com força e violência. De fato ele não foi direto para frente de batalha, mas sim enviou seus “pupilos” para a luta. Se valendo da manipulação por trás das sombras, ele pode arquitetar um grande plano de investigação, de trabalho de inteligência e de controle as revoltas populares, de tais iniciativas isso acabou gerando os planos da Operação Condor e os golpes militares em diversos países sulamericanos, que levaram a instituição de ditaduras militares.

Em geral da década de 50 em diante ocorreu à maioria das ditaduras militares na América Latina, e sendo estas as mais agressivas. Os governos democráticos e presidencialistas destes países estavam saindo da linha; como exemplo, temos o caso do Brasil, que em 1961 era eleito o 26º Presidente da República, João Goulart (Jango). Jango ficou no governo por apenas três anos, tomando posse logo após a desistência do presidente Jânio Quadros. Jango era o seu vice-presidente. Mas, muito de suas reformas, procuraram beneficiar os pobres e os cidadãos das classes médias e baixas, além de propor uma reforma na educação, no imposto de renda e até mesmo uma reforma agrária. Jango também buscou a cooperação do Brasil com outros países da América Latina e da Ásia. De fato ele recebeu e até condecorou Che Guevara em sua primeira visita ao Brasil, e viajou para a China onde realizou acordos econômicos com este país, o qual na época estava sob o governo de Mao Tse-tung.

Depois da União Soviética, China e Cuba eram os países comunistas com maior influência no mundo. Para a política externa do Brasil, por um lado era bom por parte da economia, mas isso pesava fortemente para a imagem do Brasil como país capitalista. Nesse caso principalmente os Estados Unidos é que não gostaram desta ideia. Para eles, Jango estava abrindo as portas do país para o investimento estrangeiro vindo dos comunistas, e isso seria uma forte competitividade com os produtos americanos. Como forma de se impedir que estas reformas avançassem decorreu-se o golpe civil-militar entre 30 de maio para 1 de abril de 1964, onde o Exército brasileiro decidiu tomar a frente do país alegando desordem e incapacidade do atual presidente de chefiar a nação, o qual supostamente pretendia se aliar aos comunistas. Os militares alegavam que sua conduta asseguraria que o país não caísse nas mãos dos comunistas e que eles manteriam a ordem nacional. O comunismo na época da Guerra Fria (1945-1991) fora taxado de o "mal do século XX" e os seus adeptos de "vilões".

"Entre a posse de Jango, a 7 de setembro de 1961, e a deposição, a primeiro de abril de 1964, as condições objetivas favoreceram a conspiração em prol da qual fermentavam fatores econômicos-financeiros, internacionais, psicossociais, políticos e militares". (MELLO (org), 1994, p. 63).

"No plano econômico, ultrapassada a euforia desenvolvimentista dos juscelinismo, o Brasil experimentava sensível retração dos investimentos públicos e privados. [...]. No campo internacional, a má condução, pela Presidência da República, das negociações de indenização das empresas internacionais ITT e AMFORP, subsidiárias da Bond and Share e encampadas pelo governador Leonel Brizola, no Rio Grande do Sul, praticamente inviabilizava novos empréstimos junto aos EUA para a ativação do desenvolvimento". (MELLO (org), 1994, p. 63).

"Com sua queda, findava a República Populista e o primado da Constituição de 1946. Começava a República dos Generais e seus aliados do capital internacional e da tecnocracia". (MELLO (org), 1994, p. 71). 

Era instaurada a Ditadura Militar no Brasil a qual perduraria até 1985, quando por eleições indiretas seria eleito o novo presidente da república, Tancredo Neves. Com a subida dos militares no poder, o novo presidente eleito fora o Marechal Castelo Branco. De seu governo em diante, mais cinco presidentes militares governariam o país. Em linhas gerais, o período da ditadura fora marcado pela opressão aos direitos políticos e sociais promulgados pelas leis dos AI (Atos Institucionais) os quais asseguravam o poder dos militares na política. Por outro lado, o país vivenciou um relativo desenvolvimento econômico chamado de o “Milagre Econômico”.

"No sistema presidencialista, com centros de poder que concorrem entre si e se sobrepõem, os legisladores podem proteger suas políticas de futuras reversões, graças à elaboração de regras complicadas que reduzem o arbítrio dos burocratas: critérios para decisões, procedimentos, cronogramas, regulamentos para o quadro funcional etc". (LANGONI (org), 1997, p. 63).

Mas, em geral estes anos são lembrados pelo povo como anos de violência, pavor, falta de liberdade, providenciados pela forte censura imposta pelo Estado militar. E neste fato ocorreram as diversas histórias referentes ao conflito contra manifestantes, rebeliões aos partidos de esquerda; os exílios, as perseguições e a tortura.

"La CIA, el FBI y el Pentágono norteamericanos ayudaron a perfeccionar los órganos represivos de los países latinoamericanos y a preparar a sus miembros con las últimas técnicas de tortura y represión. A la acelerada modernización del ejército, la difusión de las Doctrina de Seguridad Nacional, el perfeccionamiento de los servicios de inteligencia militar y el incremento de la ayuda militar norteamericana, dio paso un modelo contrainsurgente basado en el terror. La ideología de los generales, influida notablemente por el fascismo y las doctrinas de la ultraderecha conservadora norteamericana, tenía el doble propósito de detener, por un lado, a la legítima lucha de los pueblos y, por otro, incrementar los niveles de dependencia al capital extranjero"¹.

"La macabra época de los generalatos, se extendió por todos os lados: primero en Paraguay (1954); luego en Brasil (1964); y, posteriormente, en otras naciones del Cono Sur como Perú (1968), Uruguay (1972), Chile (1973), Argentina (1976) y Bolívia. La modalidad de las juntas militares golpistas no fue la única forma que asumió la represión institucionalizada. Hubo casos de gobiernos aparentemente democráticos, pero contagiados de un descarado patrocinio militar, tal como ocurrió en Uruguay, Guatemala, El Salvador y Honduras, que se destacaron por su extrema crueldad represiva”².

Como fora visto, se os americanos apoiaram em vários países grupos de militares e paramilitares para se rebelarem contra seus governos e assim os assumi-los, em 1970 fora iniciado a Operação Condor. De antemão seus principais objetivos era de se combater a proliferação dos comunistas nas Américas; impedir a associação dos países latinoamericanos com a URSS; controlar os governos destes países mediante aos seus próprios interesses, nesse caso muitos de ordem econômica.

"La Operación Cóndor  fue la consumación de los planes norteamericanos para garantizarse un traspatio seguro en la región y representó la internacionalización del terror por parte de los militares latinoamericanos, aplicando el esquema de contrainsurgencia de la Guerra de Baja Intensidad (GBI). Sin lugar a dudas, luego de haberse establecido en un encuentro realizado a fines de noviembre de 1975, durante una reunión en Santiago de Chile y bajo la anuencia directa de Pinochet, en la que participaron represores de Chile, Argentina, Bolivia, Paraguay y Uruguay, se crearon las condiciones organizativas, técnicas y financieras para llevar a cabo operaciones a gran escala, internacionalmente coordinadas, y encaminadas a reprimir de conjunto a las fuerzas progresistas de la región"³.

Os americanos viam nos países latinoamericanos seus mercados consumidores e suas fontes de mão-de-obra, de matéria-prima e de lazer, como fica constatado no filme Salvador (1986), no qual de uma simplicidade nua e crua, mostra os conflitos entre os partidos de direita e esquerda pelo controle de El Salvador. No entanto fora esta briga que eclodiria em uma guerra civil verídica ocorrida na década de 80 neste país, existe também o entendimento dos americanos deste fato.

Nesta época o candidato a presidência Ronald Reagan (1980-1988) defendia uma ação direta sobre este país como forma de impedir a proliferação do comunismo emanado de Cuba. Reagan em sua campanha fez que o povo acreditasse que Cuba estava à beira de invadir e dominar os EUA. Sobre tais premissas se deflagrou a “invasão” dos americanos em El Salvador. O acontecimento em El Salvador e em outros países são perfeitos exemplos da ação americana na América Latina mediante a Operação Condor. De fato as próprias ditaduras foram impostas com o apoio americano. Os militares que conduziram os golpes de Estado em seus países à grande maioria foram treinados pelos americanos na chamada Escola das Américas.

"El Instituto del Hemisferio Occidental para la Cooperación en Seguridad, conocido también, entre 1963 a 2001, como Escuela de las Américas, ahora ubicada en Fort Benning, pero provisionalmente trasladada a Panamá entre 1946 y 1984, en Fort Amador, y ahora nuevamente reubicada en el hotel Meliá Panamá Canal, fue el principal centro de adiestramiento propiciado por EE UU para adiestrar en técnicas de baja intensidad a más de 61 034 represores y torturadores latinoamericanos, muchos de los cuales brillaron por su bestialidad durante la Operación Condor"4.

A Escola das Américas fora a instrutora não somente dos responsáveis pelos golpes de Estado, mas, também treinou todo o pessoal responsável por combater os grupos de esquerda, evitar rebeliões e silenciar as ameaças. Tais militares também foram instruídos na guerra psicológica, e treinados para as práticas de tortura.

"Seu currículo inclui cursos de guerra psicológica, contra-insurreição, técnicas de interrogatório, e táticas de infantaria e comandos. Dispondo das mais sofisticadas e modernas técnicas dos melhores instrutores do exército dos EUA, esses cursos ensinam oficiais e soldados de países do terceiro mundo como subverter a verdade, silenciar sindicalistas, clero militante, e jornalistas, e mover guerra contra seu próprio povo. Prepara-os para subjugar as vozes dissidentes e fazer com que os que protestam desistam. Os instrui em técnicas de marginalização dos pobres, dos famintos, e dos despossuídos. Diz a eles como sufocar a liberdade e aterrorizar seus próprios cidadãos. Treina-os para destruir a esperança na democracia"5.

No entanto se o contexto principal neste texto era falar um pouco a respeito destes tumultuosos acontecimentos, devo daqui para frente abordar a questão de como a América Latina se encontrou depois do fim das ditaduras militares durante o final da década de 80 e o restante da década de 90. Mas, antes de passar para este próximo ponto, irei comentar um pouco a respeito da Revolução Chilena.

Em 1970 era eleito democraticamente no Chile o primeiro presidente de caráter socialista das Américas. Diferente de Fidel Castro o qual havia tomado o poder, Salvador Allende, fundador do Partido Socialista Chileno, fora eleito pelo povo de forma legal, nos quais procuravam na visão socialista e marxista do novo presidente uma melhoria para sua nação. Allende não conseguiu promover muitas das reformas que pretendia para seu governo, principalmente devido a oposição da classe alta, a qual era apoiada pelos americanos. Em 1973 o general Augusto Pinochet, realizou um golpe de Estado e tomou o governo do país. Ele governaria o Chile até  1990.

Salvador Allende como um socialista, queria tirar seu país de sua crise econômica e evitar uma maior dependência da economia ao capital estrangeiro, como algumas das medidas tomadas, fora proposto uma reforma agrária que chegou a ocorrer, além de um grande projeto de nacionalização de empresas no país. Com isso o presidente visava poder estabilizar a economia chilena e partir para o desenvolvimento do país. No entanto isso levantou a ira dos partidos de esquerda, dos militares e dos empresários estrangeiros e nacionais que dependiam dos investimentos externos. Tais motivos somados com o fato da Guerra Fria entre americanos e russos, e a disseminação do comunismo no mundo, levou a intervenção militar no país com o golpe de 1973.

Concluída esta parte começarei a falar a respeito do que mencionei anteriormente. Na década de 90 os principais países da América Latina já haviam se livrado das correntes de suas ditaduras. Foi um período conturbado, movido por problemas de ordem política, social e econômica. Ainda existiam muitas vitimas desaparecidas da época da ditadura. Culpados que estavam impunes até o momento. A economia sofria com a inflação, principalmente o Brasil era o país que mais tinha problema com isso.

"Os governos latino-americanos percorreram um longo caminho na reforma de sua políticas (Williamson, 1990; World Bank, 1993). Não obstante, impulsionada pela crise, a primeira rodada de mudanças nas políticas concentrou-se em ajustes macroeconômicos e no balanço de pagamentos e na reestruturação os incentivos e dos preços relativos; com exceção da privatização, essas primeiras reformas não visavam resolver questões institucionais". (Haggard & Kaufman, 1992; Naím, 1994). (LANGONI (org), 1997, p. 57).

Como consequências diretas deste problema econômico, ocorre o crescimento da pobreza e da miséria nos países, a diferença entre as classes sociais, os crescimento dos índices de desemprego, levou as pessoas partirem ou para empregos informais ou para o crime. Em referência ao crime, da década de 90 para os dias atuais, em países como Brasil e Colômbia o índice do tráfico de drogas são exorbitantes. Diariamente nos jornais você ver noticias sobre apreensão de drogas, prisão de traficantes, ou assassinatos cometidos por causa de dívidas com os traficantes, ou rixas entre gangues rivais.  

"Na perspectiva da CEPAL, “la agudización de la exlcusión social y lãs drogas merman la estabilidad institucional e infundem em la población una mayor sensación de inseguridad” (PANORAMA SOCIAL DE AMÉRICA LATINA 1999-2000, 2000:13). Entrevistas realizadas pela CEPAL em toda a região mostram que “porcentajes crecientes de la población declaran sentirse sometidas a condiciones de riesgo, inseguridad e indefensión” (PANORAMA SOCIAL DE AMÉRICA LATINA 1999-2000, 2000; 13)". (DUPAS (org), 2005, p. 194).

"Panorama Social da Cepal apresenta os dados estatísticos. Em 1980, 41% da população latino-americana se encontravam abaixo da linha de pobreza. Viviam na região 357, 265 milhões de pessoas. Em 2000, o percentual abaixo da linha de pobreza elevou-se para 42,1%, de uma população total de 514, 622 milhões. Esses números continuaram evoluindo nesses últimos anos". (DUPAS (org), 2005, p. 197).

No entanto não é apenas a questão da pobreza, outras pesquisas apontam para o aumento do índice de mortalidade infantil e materna durante o parto, o aumento do índice de subnutrição e até mesmo da violência como já fora citado anteriormente.

"Latinbarómetro 2001 pesquisou sobre a situação de trabalho da população latino-americana. Dos mais de 18 mil entrevistados em 17 países da região, 17% afirmaram não ter nenhum tipo de trabalho, enquanto 58% estavam inseguros sobre a manutenção das suas ocupações. Essas respostas indicam a fragilidade do mercado de trabalho na região e são confirmados pelos dados da CEPAL que registrou 6 milhões de desocupações dos em 1980 e 17 milhões em 2000". (DUPAS (org), 2005, p. 200).

"A CEPAL qualifica o processo que acabamos de descrever como “vulnerabilidade social”, caracterizada pelo aumento da pobreza combinada à precariedade nas relações trabalhistas, traduzida na informalidade e na inexistência de mecanismos de previdência que atendam aos desempregados na maioria dos países latino-americanos". (DUPAS (org), 2005, p. 201).

"O fenômeno da violência necessita de uma explicação mais sofisticada, além da que a relaciona com a deterioração das condições sociais. Essa explicação deve ser procurada à luz de fenômenos universais, que repercutem de forma diferenciada e especifica em cada país e região". (DUPAS (org), 2005, p. 207).

O século XXI

No ponto anterior já comentei alguns fatos referentes aos anos 2000. Nesta última parte falarei um pouco da Revolução Bolivariana ocorrida na Venezuela, o papel da ALBA e sua relação com o Mercosul e sua oposição a ALCA, e outros fatos referentes a alguns aspectos sobre o socialismo latinoamericano do século XXI.

A revolução Bolivariana:

Desde a frustrada tentativa de Salvador Allendes de se tentar implantar o socialismo no Chile na década de 70 do século passado. O comunismo fora radicalmente caçado durante os anos que prevaleceram as ditaduras militares, onde imperou a censura, os grupos paramilitares, os sequestros, os atos de tortura, os grupos de extermínio e as agências de inteligência americana. Com o desfecho deste conturbado período, alguns países pouco a pouco voltaram a se recuperar das crises e problemas sofridos durante essa época. No caso da Venezuela com a queda da ditadura ainda nos anos 50, o país passou a ser governado por governantes que visavam apenas os interesses da elite. Passou a ser um governo oligárquico e até mesmo antidemocrático. Tal período fora chamado de “Puntofijista”.

No entanto a grande mudança que iria se propagar neste país ocorreu em 1998 nas eleições para presidência onde o candidato vitorioso fora Hugo Chávez. Chávez de 1999 até atualmente onde ainda se encontra no poder, levou a Venezuela a profundas mudanças políticas, sociais e econômicas. Guiado pelo bolivarianismo, ele criou uma nova constituição, a Constituição Bolivariana (1999), na qual permitiu a inserção das classes mais baixas para intervir e atuar no governo, no qual passou a imperar uma república socialista. Tais grupos foram chamados de os círculos bolivarianos. Além disso, Chávez priorizou a nacionalização das empresas, para evitar que parte do capital saísse do país, e a influência do capital estrangeiro, principalmente dos Estados Unidos e do FMI. Ele também promoveu com o apoio de Cuba a alfabetização de todo o país e uma grande melhoria na saúde.

"Em geral, a reforma do Estado subentende a reforma da burocracia do governo central". (LANGONI, 1997, p. 99).

 Em linhas gerais o governo de Hugo Chávez que já dura quase treze anos, para aqueles que apóiam os americanos é uma verdadeira ditadura socialista. Para outros é um governo verdadeiramente democrático e socialista do século XXI, embora Chávez tenha passado muito tempo já no poder para as vistas de alguns.

“O imperialismo estadunidense e a oligarquia racista local, temendo perder seus privilégios, logo acusaram o tranco. A partir das acaloradas discussões na Constituinte, a oposição reacionária não dá mais trégua ao governo. Há uma inflexão no quadro político. Na Constituinte, concluída em dezembro de 99, a maioria bolivariana amplia a democracia, incorporando várias formas de participação popular – inclusive o inédito "referendo revogatório", fixado no artigo 72. A nova Constituição define as bases para a reestruturação do corrompido Poder Judiciário e altera o nome do país para República Bolivariana da Venezuela – num ato de enorme simbolismo. Ela ainda amplia os direitos sociais e incorpora as demandas indígenas. Em 15 de dezembro de 1999, um referendo popular ratifica a nova Constituição com 71% de aprovação”. (Fonte: http://alainet.org/active/6542&lang=pt).
      
A nova política latinoamericana:

Antes de prosseguir para a questão da ALBA, irei falar um pouco mais desta questão sobre o atual socialismo visto na América Latina. Pelo o que fora dito na palestra ocorrida na Universidade Federal da Paraíba no mês de maio de 2010, na qual contou com a presença do ilustre sociólogo argentino, Atílio Boron. Em sua palestra concedida aos estudantes de História e quem mais estivesse interessado, o professor Boron entre os vários questionamentos levantados por ele e por perguntas propostas, disse que atualmente, não podemos ver o socialismo do século XXI como sendo o mesmo socialismo visto no século XX.

E muito menos falarmos de que o socialismo visto na América Latina seja o mesmo que fora empregado na ex-URSS ou que ocorre na China e na Coréia do Norte. A América Latina desde a Revolução Cubana ocorrida nos idos da década de 60 rompeu com a visão de comunismo vista até então na União Soviética. Para o professor Boron, o socialismo cubano tomou um caminho, o chinês outro e o coreano outro e assim com os de mais países socialistas. A própria Venezuela, da qual Chávez tivera como base o socialismo do governo de Fidel Castro, em alguns aspectos se distancia do governo cubano, principalmente pelo fato de ser um socialismo bolivariano, influenciados pela ideologia de Simón Bolívar. 

Sendo assim, os partidos socialistas e comunistas de hoje, já não possuem a mesma efervescência do século passado. De fato, se tirando Cuba e Venezuela, é difícil de se falar e de se ver os movimentos de cunho socialista nos de mais países latinoamericanos. Outro problema que confronta esta questão de não se haver mais um maior destaque entre os partidos socialistas ou até mesmo partidos populistas, liberais, etc. É devido à fragmentação entre o sistema partidário na América Latina. Em alguns casos os partidos “não andam” para frente devido a disputas internas, por interesses particulares.
"Muitas vezes quando discutimos a América Latina, vamos para o lado dos governos de esquerda. É um aspecto importante, mas não podemos nos limitar a isso. Nos últimos 10 anos, aconteceram uma série de vitórias políticas da esquerda (no sentido bem geral da palavra) na região. Examinando mais de perto o fenômeno, vemos duas vertentes. Uma de ruptura ao neoliberalismo, como a revolução bolivariana, na Venezuela; o processo na Bolívia e em Cuba. Forma-se um eixo antiimperialista, que busca romper com o neoliberalismo. A outra vertente é formada por governos que não romperam com o modelo econômico, mas que procuram dar uma variante mais social, o que chamo de social-liberalismo. Neste quadro estão o presidente Lula, no Brasil, Tabaré Vázquez, no Uruguai, Michele Bachelet, no Chile, e Néstor Kirchner, na Argentina. Não são governos da direita neoliberal, mas não enfrentam esse modelo"6.
               
Creio que pelo trecho extraído da conversa do professor Michael Lowy para o Jornal Sem Terra do MST, deixa claro como se encontra o atual posicionamento, de alguns lideres dos principais países da América do Sul.

"A América Latina é hoje o lugar mais estimulante do mundo. Pela primeira vez em 500 anos há movimentos rumo a uma verdadeira independência e separação do mundo imperial. Países que historicamente estiveram separados estão começando a se integrar. Esta integração é um pré-requisito para a independência. Historicamente, os EUA derrubaram um governo após outro; agora já não podem fazê-lo. O Brasil é um exemplo interessante. No princípio dos anos 60, os programas de (João) Goulart não eram tão diferentes dos de Lula. Naquele caso, o governo de Kennedy organizou um golpe de Estado militar. Assim, o estado de segurança nacional se propagou por toda a região como uma praga. Hoje em dia, Lula é o cara bom, ao qual procuram tratar bem, em reação aos governos mais militantes na região. Nos EUA, não se publicam os comentários favoráveis de Lula a Chavez ou a Evo Morales. Eles silenciados porque não são o modelo. Há um movimento em direção à unificação regional. Começam a se formar instituições que, se ainda não funcionam plenamente, começam a existir, como é o caso do Mercosul e da Unasul"7.

No trecho acima, retirado de uma entrevista de Noam Chomsky para o jornal La Imprensa, mostra como para ele, atualmente os países da Venezuela, Cuba, Bolívia e Honduras formam a nova frente de batalha contra o imperialismo americano. Se no passado os Estados Unidos como fora visto, possuiu grande influência na política dos países latinoamericanos, hoje seu poderio é diretamente confrontado.  Entretanto tanto ele como o professor Atílio Boron falam que os americanos estão formulando meios para futuramente voltarem a “dominar” a América Latina. 

Principalmente por motivos que implicam com a disponibilidade de recursos naturais. Nesse caso o interesse pela Floresta Amazônica, pelo Pantanal e principalmente pela grande quantidade de água doce nos lençóis freáticos nas terras brasileiras. Algo que num futuro não muito distante poderá gerar guerras por comida e água.


No entanto de 2008 para cá a crise econômica que estourou nos Estados Unidos e se alastrou pela Europa, está forçando o governo americano a recorrera ajuda das nações latinoamericanas. Em 2012 o presidente Barack Obama anunciou que irá diminuir a burocracia para o requerimento do visto para se entrar no país, a medida procura garantir um aumento da entrada de turistas do país para que consumam, ajudando a economia. 

A ALCA e a ALBA:

A ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) fora uma iniciativa do governo dos Estados Unidos, concebida na década de 90, como forma de facilitar a entrada de seus produtos nos países latinoamericanos e vice-versa. No entanto devido à superioridade dos produtos americanos, haveria um desequilíbrio na Balança Comercial destes países.

Os países da América Latina, ao invés de aumentarem suas exportações, aumentariam suas importações, devido à facilidade da compra de produtos americanos a baixo custo. De fato a ALCA fora negada mais de uma vez sendo a última em 2005, por se mostrar algo inviável, principalmente para países da América Central, como El Salvador, Guatemala, Honduras, etc, devido aos seus altos níveis de pobreza e com este fato isso acarretaria uma maior deficiência na economia do país.

Em contrapartida a este “negócio americano”, em 2004, o presidente Hugo Chávez e Fidel Castro assinaram um acordo econômico, criando a ALBA (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos). A ALBA tem como principais objetivos integrar os países latinoamericanos, de forma que haja uma cooperação econômica entre estes, e não simplesmente derrubar as barreiras alfandegárias como era proposto pela ALCA. Além disso, a ALBA também visa o bem estar social, dentre outras questões. Atualmente os países membros da ALBA são: Venezuela, Cuba, Bolívia, Equador, Nicarágua, Antígua e Barbuda, Dominica, São Vicente e Granadinas.

Diferente do Mercosul (Mercado Comum do Sul) o qual era e ainda é quase que exclusivamente composto por países do Cone Sul da América do Sul: Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina e Venezuela (desde 2006), este mercado visa uma aliança comercial e unitária para o livre-comércio entre estas nações, na tentativa de se criar um poderoso Bloco Econômico que se possa se tornar semelhante à União Européia, a qual além de Bloco Econômico e também um Bloco Político. Além destes cinco países, outros países sulamericanos são membros associados, e o México tem uma participação especial na política econômica do Mercosul. Entretanto, desde abril do ano de 2010, Israel entrou para o Mercosul, como membro associado escpecial.

Conclusão:

Pelo relato que aqui fiz nestas poucas páginas, posso dizer que a América Latina durante estes últimos cem anos vivenciou três etapas: A primeira indo desde o começo do século XX até a década de 50, quando começa a se instaurar as primeiras ditaduras militares mais modernas. O segundo momento iria da década de 50 até a década de 90, período que em grande parte compreendeu a época da Guerra Fria, a perseguição aos comunistas, e a predominância dos governos ditatoriais. E quanto à terceira etapa, se estende dos anos 90 quando ocorre o fim das ditaduras, e os países latinoamericanos começam um processo de “redemocratização”, até os dias atuais.

Neste período focado no trabalho de 60 anos, pode se ver as grandes disputas que marcaram esta guerra que se originou entre os americanos e russos, mas, que ganhou palco em todo o mundo. E no caso da América Latina, devido sua instabilidade política, fora mais fácil desta vivenciar com maior alarde e atrocidade, os horrores sofridos nesta luta, isto principalmente durante a implantação dos golpes militares que levaram a subjugação de seus países, para regimes autoritários, de forte repreensão e com base no uso da força. Em contrapartida, podem-se notar as consequências destes governos, deixadas após os seus fins; e mesmo que alguns dos países atualmente conseguiram resolver alguns problemas de ordem político, econômica e social, outros ainda vivem com sérios problemas de desigualdade, e quando se compara, estes países latinoamericanos, notamos uma grande diferença nas formas que a política e a sociedade se desenvolveu ao longo do século XX.           
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¹ ² GODOY, Percy F. A. El FBI y la Operácion Cóndor. Disponível em: http://alainet.org/active/38024&lang=es. Acessado em 15 de junho de 2010.
³ GODOY, Percy F. A. El FBI y la Operácion Cóndor. Disponível em: http://alainet.org/active/38024&lang=es. Acessado em 15 de junho de 2010.

4 GODOY, Percy F. A. El FBI y la Operácion Cóndor. Disponível em: http://alainet.org/active/38024&lang=es. Acessado em 15 de junho de 2010.
5 BOURGEOIS, Roy. Escola das Américas Escola de Assassinos, EUA. Disponível em: http://www.apfn.net/messageboard/01-16-07/discussion.cgi.124.html. Acessado em: 16 de junho de 2010.
6 BARBOSA, Anderson. Por um socialismo latino-americano no século 21. Entrevista para o Jornal Sem Terra, dada por Michael Lawy. Disponível em: http://www.mst.org.br/node/7141. Acessado em 18 de junho de 2010.
7 CHOMSKY, Noam. América Latina es el lugar más estimulante del mundo. Disponível em: http://www.jornada.unam.mx/2009/09/21/index.php?section=politica&article=003n1pol. Acessado em 18 de junho de 2010.

Bibliografias:
ALMENDRA, Carlos Cesar. Hugo Chávez e a Revolução Bolivariana na Venezuela. In: IV Colóquio Marx e Engels, 2005, Campinas. 4o. Colóquio Marx e Engels, 2005.
DUPAS, Gilberto (organizador). América Latina no inicio do século XXI: perspectivas econômicas, sociais e políticas. São Paulo, Fundação da Editora da UNESP, 2005.
LANGONI, Carlos G. (organizador). A Nova América Latina: ajustamento e modernização. Rio de Janeiro, Editora Fundação Getúlio Vargas, 1997.
MELLO, José O. de Arruda (organizador). O jogo da verdade: Revolução de 64: 30 anos depois. João Pessoa, A União, 1994.

Referências audiovisuais:
GREEN, Gerard; STONE, Oliver. Salvador: O Martírio de um Povo. [Filme-video]. Produção de Gerard Green e Oliver Stone, direção de Oliver Stone. EUA, 1986. 1 DVD/NSTC. 120 min. Color. Som.
TENDLER, Silvio. Jango. [Documentário-video]. Produção de Hélio Paulo Ferraz, direção de Silvio Tendler. Brasil, 1984. 1 DVD/NTSC. 117 min. Color. Som.

Referências da internet:
BARBOSA, Anderson. Por um socialismo latino-americano no século 21. Disponível em: http://www.mst.org.br/node/7141. Acessado em 18 de junho de 2010.
BORGES, Altamiro. Originalidade e ousadia. Disponível em: http://alainet.org/active/6542&lang=pt. Acessado em 18 de junho de 2010.
BOURGEOIS, Roy. Escola das Américas Escola de Assassinos, EUA. Disponível em: http://www.apfn.net/messageboard/01-16-07/discussion.cgi.124.html. Acessado em: 16 de junho de 2010.
CEPAL. CEPALSTAT: Base de Dados e Publicações Estatísticas. Disponível em: http://websie.eclac.cl/infest/ajax/cepalstat.asp?carpeta=estadisticas. Acessado em 17 de junho de 2010.
CHOMSKY, Noam. América Latina es el lugar más estimulante del mundo. Disponível em:http://www.jornada.unam.mx/2009/09/21/index.php?section=politica&article=003n1pol. Acessado em 18 de junho de 2010.
GODOY, Percy F. A. El FBI y la Operácion Cóndor. Disponível em: http://alainet.org/active/38024&lang=es. Acessado em 15 de junho de 2010.

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